O Que Constitui Uma Contribuição Teórica?

ISSN: 0034-7590
N/ACitations
Citations of this article
434Readers
Mendeley users who have this article in their library.

Abstract

INTRODUÇÃO Desde que me tornei editor da Academy of Management Review – AMR – tenho tentado encontrar uma maneira sim-ples de comunicar os ingredientes necessários de uma contri-buição teórica. Existem diversas e excelentes investigações sobre essa questão, mas tipicamente envolvem termos e con-ceitos difíceis de serem incorporados à comunicação diária com os autores e avaliadores. Minha experiência tem sido a de que as estruturas atuais tendem mais a obscurecer do que a esclare-cer seu significado. Além disso, os trabalhos de Kaplan, Dubin e outros sobre o assunto variam amplamente na academia. Este artigo é um esforço rudimentar para preencher tal la-cuna: o objetivo não é criar uma nova conceitualização teóri-ca, mas sim propor uma série de simples conceitos para dis-cussão do processo de desenvolvimento de teoria. Trata-se de uma reflexão pessoal que emergiu de minhas atividades edi-toriais diárias. Minha motivação é facilitar os problemas de comunicação referentes a expectativas e padrões, que resul-tam da ausência de uma estrutura amplamente aceita para discussão da qualidade da produção conceitual nas ciências organizacionais. Por fim, meus comentários não devem ser interpretados como um dogma oficial da AMR nem como regras rígidas que governam o processo de avaliação. Cada artigo subme-tido é único e é julgado por suas próprias qualidades. No entanto, meu pensamento foi claramente influenciado pelas centenas de comunicações que li na primeira metade de meus anos como editor. Este artigo está organizado em torno de três questões-cha-ves: a) Quais são os blocos de construção para o desenvolvi-mento de teoria?; b) O que é uma contribuição legítima e que agrega valor ao desenvolvimento de teoria?; e c) Quais os fato-res considerados na avaliação de artigos conceituais? A primei-ra seção descreve os elementos que constituem uma teoria. A segunda utiliza essa estrutura para estabelecer padrões para o processo de desenvolvimento de uma teoria. E a terceira seção resume as expectativas dos avaliadores com relação às contri-buições substanciais e à adequação dos artigos da AMR. De acordo com autoridades no desenvolvimento de teori-as (por exemplo, Dubin, 1978), uma teoria completa deve possuir quatro elementos essenciais, que são descritos nos parágrafos abaixo. O quê Quais fatores – variáveis, construtos, conceitos – logica-mente devem ser considerados como parte da explicação do fenômeno social ou individual em questão? Existem dois cri-térios para julgar se incluímos os fatores " certos " : abrangência – isto é, todos os fatores relevantes foram incluídos? – e parci-mônia – isto é, alguns fatores devem ser excluídos por acres-centarem pouco valor adicional para nosso entendimento? Quando os autores começam a mapear conceitualmente um determinado assuntos, eles deveriam errar a favor de in-cluir fatores a mais, reconhecendo que, com o passar do tem-po, suas idéias serão refinadas. Geralmente é mais fácil ex-cluir elementos não necessários ou inválidos do que justificar adições. No entanto, isso não deve ser interpretado como uma licença para jogar tudo ralo abaixo. Sensibilidade para as vir-tudes competitivas da parcimônia e da abrangência é a marca de um bom teórico.

Cite

CITATION STYLE

APA

O Que Constitui Uma Contribuição Teórica? (2003). RAE - Revista de Administração de Empresas, 43(3), 69–73.

Register to see more suggestions

Mendeley helps you to discover research relevant for your work.

Already have an account?

Save time finding and organizing research with Mendeley

Sign up for free