No dia 17 de setembro de 1994, aos noventa e dois anos de idade, faleceu na Inglaterra o célebre filósofo Karl Popper. Austríaco de nascimento, imigrou nos anos 30, fugindo do nazismo; inicialmente esteve na Nova Zelândia, estabelecendo-se depois na Inglaterra. Na London School of Economics foi professor de Filosofia da Ciência; em 1964 recebeu o título de cavaleiro (Sir). A filosofia de Popper, o racionalismo crítico, ocupa-se primordialmente de questões relativas à teoria do conhecimento, à epistemologia. Ainda na Áustria, em 1934, foi publicado o seu primeiro livro, Logic der Forschung ( A Lógica da Pesquisa Científica (Popper, 1985) na versão brasileira), que se constituiu em uma crítica ao positivismo lógico do Círculo de Viena, defendendo a concepção de que todo o conhecimento é falível e corrigível, virtualmente provisório. O pensamento de Popper também abrangeu a esfera da política e da sociedade. Em A Sociedade Aberta e seus Inimigos (Popper, 1987b e 1987c) e A miséria do Historicismo (Popper, 1980b) transpõe seus ensinamentos epistemológicos para o campo da ação política racional. Como todo o nosso conhecimento é imperfeito, estando sempre sujeito a revisões críticas, qualquer mudança na sociedade deverá ocorrer de maneira gradual para que os erros possam ser corrigidos sem causar grandes danos. A idéia de uma sociedade perfeita, atingível através de uma revolução social, é criticada e considerada irracional. Nos ocuparemos a seguir das idéias de Popper sobre a teoria do conhecimento, a epistemologia e sobre o problema cérebro-mente. Não apresentaremos suas idéias político-sociais.
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Silveira, F. (1996). A filosofia da ciência de Karl Popper: o racionalismo crítico. Caderno Catarinense de Ensino de Fisica. Florianópolis. …, 5(2), 33–42. Retrieved from http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/85014
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