O Ambiente para a Aprendizagem Organizacional: Análise da Percepção do Papel do Gestor

Abstract

A produção acadêmica relacionada à Aprendizagem Organizacional (AO) vem discutindo esse tema em um nível sistêmico como um produto do relacionamento da organização com o ambiente em que ela está inserida (PRANGE, 2001). A aprendizagem que ocorre nas organizações é a soma das contribuições individuais, muitas vezes em nível de grupo (ARGYRIS; SCHON, 1978). Sendo necessária essa relação em grupo, faz-se importante a gestão do clima organizacional. Este estudo se propõe a discutir a temática do ambiente para AO, observando quais fatores contextuais promovem o ambiente necessário para tal. Pretende-se, ainda, relacionar os conceitos com a prática, por meio de uma reflexão acerca do papel dos gestores na formação desse contexto. Para identificação do ambiente que promova a AO, foi realizado levantamento bibliográfico que envolveu os conceitos de clima organizacional, aprendizagem e AO. Para compor o referencial teórico foram selecionados textos de autores seminais sobre o assunto e foi realizada uma busca na base de dados ISI Web of Knowledge (ISI), nos periódicos científicos da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD) e nos anais do Encontro Nacional da ANPAD (EnANPAD) de modo a trazer para a discussão a produção atual sobre os temas, referente ao período de 2008 a 2010. A partir das referências selecionadas foi possível identificar os fatores contextuais que promovem ou influenciam o processo de aprendizagem e apontar o papel do gestor na criação de um ambiente propício para a aprendizagem. A partir da identificação dos fatores contextuais que influenciam a AO foi realizada uma análise dessas variáveis agrupando-as em dimensões, formando um quadro teórico. Na fase empírica do estudo foram coletados dados quantitativos disponibilizados pelo Programa de Gestão de Pessoas (PROGEP), ligado à Fundação Instituto de Administração (FIA), referente à pesquisa para o GUIA MEPT, edição 2010, buscando identificar questões que refletiam o conceito proposto por cada variável do quadro teórico que foi elaborado a partir do referencial analisado nesse estudo. Os dados empíricos foram tratados por meio de estatística descritiva. Como resultado principal, identificou-se que o grupo de empresas que consta entre as 150 melhores empresas para se trabalhar de acordo com o ranking pesquisado nesse estudo apresenta comprometimento maior na criação de um ambiente de AO que as demais empresas participantes daquela pesquisa. Entretanto, na visão dos funcionários de ambos os grupos de empresas há fatores do ambiente que ainda precisam ser melhorados, tais como empatia e coragem. A limitação desse estudo reside na utilização exclusiva de dados secundários. Para futuros estudos sugere-se a triangulação dos resultados encontrados na fase quantitativa (levantamento) com uma análise qualitativa, realizando entrevistas em profundidade para esmiuçar os resultados, investigando possíveis incoerências ou inconsistências quando comparados à teoria.