A Classificação Internacional de Doenças (CID) é revista periodicamente, geralmente a cada dez anos; uma nova revisão incorpora novas doenças que são descritas; uma doença representada por um só código pode ser desdobrada em dois ou mais; uma doença pode mudar de capítulo, e outras modificações além de, poder haver mudanças nas Regras de Codificação de Mortalidade. Todos esses fatores, geralmente, podem levar a que uma doença ou um capítulo da CID sofra alterações para mais ou para menos, fazendo assim que a tendência de mortalidade por uma doença seja bruscamente alterada com a introdução de uma nova revisão da CID. A CID-10 foi implantada em mortalidade, no Brasil, em 1996, e foi feita uma avaliação preliminar do impacto nas estatísticas de mortalidade utilizando-se o Banco de Dados do SIM no Rio Grande do Sul. Foram escolhidas algumas doenças que, de outros capítulos, ?migraram? para o capítulo de doenças infecciosas e parasitárias, ou outros que saíram desse capítulo. Para o biênio 1996/1997, os casos (atestados de óbito) foram codificados pela CID-9 e CID-10, verificando-se um aumento de 67,9% com o uso da CID-10. Tratando-se dos mesmos casos, verifica-se que esse aumento é devido ao que se chama ?artefato estatístico? e não aumento real das doenças infecciosas e parasitárias.
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Grassi, P. R., & Laurenti, R. (1998). Implicações da introdução da 10a revisão da Classificação Internacional de Doenças em análise de tendência da mortalidade por causas. Informe Epidemiológico Do Sus, 7(3), 43–47. https://doi.org/10.5123/s0104-16731998000300005
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