A hipótese da aparência ecológica em estudos etnobotânicos está baseada na relação oferta/procura entre populações humanas e os recursos de seu meio, com a premissa de que as plantas com maior disponibilidade no ambiente (aparentes) seriam as mais reconhecidas por sua utilidade dentro de uma determinada cultura. O presente estudo avaliou esta hipótese em relação às espécies lenhosas nativas registradas nos ambientes florestal (Buritizal, Mata Ciliar e Ilha de Mata) e não florestal (Lavrado) na Comunidade Indígena Darora, etnia Makuxi, na Terra Indígena São Marcos, Roraima. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 60 participantes (36 homens e 24 mulheres), de 38 famílias, entre 18 e 84 anos de idade. Também foi realizado um levantamento fitossociológico para verificar a disponibilidade de recursos lenhosos em oito parcelas (0,25 ha cada), instaladas a diferentes distâncias do centro da comunidade. As espécies com os maiores valores de uso (VU) da comunidade em geral foram Mauritia flexuosa, Copaifera pubiflora, Byrsonima crassifolia e B. coccolobifolia. A hipótese da aparência ecológica foi corroborada nos ambientes Lavrado e Buritizal. Houve correlação positiva entre os parâmetros fitossociológicos e o valor de uso nas categorias Alimentação e Combustível no ambiente Lavrado, nas categorias Alimentação, Artesanato e Construção no ambiente Buritizal, e nas categorias Medicinal e Tecnologia no ambiente Ilha de Mata.
CITATION STYLE
Oliveira, R. L. C. de, Scudeller, V. V., Barbosa, R. I., Almeida, L. F., & Durigan, M. F. (2019). APARÊNCIA ECOLÓGICA E CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES LENHOSAS PELOS MAKUXIS NAS SAVANAS DE RORAIMA, AMAZÔNIA BRASILEIRA. Ethnoscientia, 4(1). https://doi.org/10.22276/ethnoscientia.v4i1.213
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.