OBJETIVO: Atualmente, entre as mulheres, a relação sexual é a forma de transmissão que mais tem contribuído para a feminização da epidemia de HIV/Aids. Na busca constante de se estabelecer padrões mais adequados de orientação para saúde, investigou-se o uso de medidas contraceptivas, que também sirvam de proteção da transmissão do HIV, entre mulheres portadoras de HIV/Aids. MÉTODOS: Estudo exploratório desenvolvido em um serviço público ambulatorial de um hospital universitário, referência aos portadores de HIV/Aids da região centro-sul do Estado de São Paulo, no período de cinco meses (2000 a 2001). Foram estudadas 73 mulheres portadoras da infecção pelo HIV, ou com Aids. Os dados foram obtidos por meio de um formulário que investigava a caracterização sociodemográfica, as formas de anticoncepção utilizada e a situação sorológica do parceiro sexual. Os dados foram analisados descritivamente e os conteúdos das respostas abertas, agrupados em temas. Foi aplicado o teste exato de Fisher para análise de algumas variáveis, em nível de 5%. Para a análise de conteúdo utilizou-se a proposta de Bardin. RESULTADOS: A maioria das mulheres estava em fase de vida reprodutiva, eram casadas e foram contaminadas quase exclusivamente por meio da relação heterossexual. Entre elas, 35,4% referiam parceiro sexual discordante quanto à sorologia anti-HIV, e 13,7% utilizavam formas inadequadas de anticoncepção que também não protegiam da transmissão do HIV. CONCLUSÕES: Os resultados alertam para a necessidade de ações educativas continuadas quanto a experiências sexuais mais seguras entre portadoras de HIV/Aids, para que elas possam discutir com seus parceiros outras formas de exercerem sua sexualidade, sendo capazes de estabelecer opção contraceptiva mais consciente, de maneira a zelar pela sua saúde, do parceiro e até do concepto.OBJECTIVE: Sexual intercourse is currently the route of transmission among women that has most contributed to the feminization of the HIV/AIDS epidemic. As an ongoing effort to establish more appropriate standards for health counseling, the study's purpose was to investigate the use of contraceptive methods that would also prevent HIV/AIDS women against disease transmission. METHODS: An exploratory study was developed in an outpatient clinic of a public university hospital, a reference center of HIV/AIDS patients in the mid-south region of the state of São Paulo, Brazil, during a 5-month-period (2000 and 2001). The study was carried out in 73 HIV/AIDS women. Data were collected using a semi-structured questionnaire exploring subjects' sociodemographics, contraception method used and HIV status of their sex partners. A descriptive data analysis was performed and the contents of open answers were grouped into themes. Fischer's exact test was applied for analyzing some variables at a 5% significance level. Content analysis was carried out according to Bardin's proposal.² RESULTS: Most women at reproductive age were married and had been infected almost exclusively through heterosexual contact. Of them, 35.4% reported having an HIV discordant partner and 13.7% used inadequate contraceptive methods that failed to protect them against HIV transmission. CONCLUSIONS: The study results call for the need of continuous education on safer sex among HIV/AIDS women to empower them to discuss with their partners alternative options of exercising their sexuality and to raise awareness on their contraceptive choices in a way to protect their own health, their partner's and even their unborn offspring's health.
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Galvão, M. T. G., Cerqueira, A. T. de A. R., & Marcondes-Machado, J. (2004). Medidas contraceptivas e de proteção da transmissão do HIV por mulheres com HIV/Aids. Revista de Saúde Pública, 38(2), 194–200. https://doi.org/10.1590/s0034-89102004000200007
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