Ao procurar tornar problemáticas as concepções tradicionais daidentidade jornalística, este artigo oferece uma crítica às estruturas aparentemente naturais, “de bom senso”, sobre a exclusão social, que atualmente sustentam a sua formulação. Em primeiro lugar, e, mais especificamente, explora uma série de insights fornecidos por feministas e por perspectivas críticas de tratamento de gêneros no jornalismo. Ao avaliar os imperativos tipicamente sutis do sexismo na reportagem das notícias, ele sugere, na medida em que a identidade jornalística continua a ser definida pela “cultura machista” no cotidiano da redação, onde as percepções da discriminação sexual das jornalistas do sexo feminino costumam variar acentuadamente em relação às de seus colegas do sexomasculino. Em segundo lugar, o texto foca a questão da diversidade étnica, onde a necessidade de desconstruir a projeção racista das dicotomias “nós e eles”, exatamente como assumidas e refletidas na reportagem das notícias, se revela como uma preocupação urgente. Ao juntar estes respectivos conjuntos de debates, principalmente de contextos britânicos e norte-americanos, este artigo visa contribuir com esforços conceituais para esclarecer ainda mais as maneiras pelas quais as escolhas rotineiras e cotidianas dos jornalistas com relação àquilo que é para relatar – qual a melhor maneira de fazê-lo,e por que – os envolvem numa política de mediação, na qual uma cultura de alteridade se mostra muitas vezes significativa.
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Allan, S. (2010). O jornalismo e a cultura da alteridade. Brazilian Journalism Research, 6(2), 26–41. https://doi.org/10.25200/bjr.v6n2.2010.22
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