Entre os desafios atuais para a Saúde Pública está o de estruturar sistemas de indicadores que permitam monitorar as condições e tendências da sustentabilidade ambiental e de saúde. Neste artigo procuramos enfrentar esse desafio tendo como foco de análise os estados integrantes da Macrorregião Amazônia Legal, que desde a segunda metade do século XX vem sofrendo intensos processos de mudanças sócio-econômicas, ambientais, de saúde e bem-estar. Para a reunião e análise do conjunto de indicadores adotamos o modelo Forças Motrizes, Pressão, Situação, Exposição, Efeito e Ação (FMPSEEA) proposto pela Organização Mundial da Saúde. Os resultados demonstram que, ao mesmo tempo em que as forças motrizes e pressões vêm contribuindo para o crescimento econômico e populacional, resultando em melhoras de indicadores tradicionais de saúde (redução da mortalidade infantil e aumento da expectativa de vida), são grandes as desigualdades sociais e econômicas e a sobreposição dos impactos na saúde da população, em um quadro bastante heterogêneo. Além disso, a situação ambiental também aponta para um modelo de desenvolvimento insustentável para as gerações presentes e futuras, exigindo respostas dos setores ambientais e de saúde à altura dos desafios colocados na atualidade.One of the challenges for public health is to build systems of indicators that allow monitoring current conditions and trends in environmental and health sustainability. This article focuses on the Legal Amazonia macro-region, which has undergone profound socioeconomic, environmental, and health changes since the mid-20th century. The conceptual framework adopted here was the model entitled Driving Forces, Pressures, State, Exposure, Effects, and Action (DPSEEA) proposed by the World Health Organization and adopted for environmental health surveillance by the Brazilian Ministry of Health. The results show that numerous motor forces and pressures have contributed to the growth of the economy and the population, as well as to improvements in some traditional health indicators (a reduction in infant mortality and an increase in life expectancy), alongside major social and economic inequalities and heterogeneity in environmental health impacts. This same process has been accompanied by environmental changes that indicate an unsustainable development model for present and future generations, demanding comprehensive action by public health and environmental institutions.
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Freitas, C. M. de, & Giatti, L. L. (2009). Indicadores de sustentabilidade ambiental e de saúde na Amazônia Legal, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 25(6), 1251–1266. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2009000600008
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