Este artigo visa compreender o processo de territorialização da empresa Suzano Papel e Celulose na mesorregião Leste Maranhense, bem como os conflitos e impactos ambientais oriundos do desenvolvimento de suas atividades sobre territórios camponeses nos municípios de Anapurus, Milagres do Maranhão, Santana do Maranhão, Santa Quitéria do Maranhão e Urbano Santos. Baseado em trabalhos de campo e na discussão teórica em foco entende-se a Suzano como um poderoso agente econômico monopolista que transforma o território a partir de relações capitalistas de produção com a finalidade de realizar os seus objetivos. Dessa forma, o processo de territorialização da Suzano é analisado de maneira multiescalar como produtor de conflitos no escopo do desenvolvimento geográfico desigual do capitalismo. A seleção do universo empírico, que diz respeito à escolha dos povoados, levou em consideração o confronto de lógicas distintas de apropriação do território. Ou seja, opera-se com o pressuposto de que existe, por um lado, a lógica territorial dos grupos sociais atingidos e, por outro lado, a lógica daqueles que gerenciam os projetos de desenvolvimento. Assim, o conflito, que configura um contexto de disputas territoriais envolvendo diferentes formas de significação do modo de vida e reprodução material a partir dos agentes sociais neles inseridos, é entendido contraditoriamente, uma vez que concebe o desenvolvimento do capitalismo no campo de modo dialético, histórico e materialista. Nesse sentido, o caderno Conflitos no Campo - Brasil 2012, publicado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) registra nos municípios citados anteriormente um total de 702 posseiros e 50 assentados que estão em conflito com a Suzano. Este artigo tem caráter qualitativo e adotou como procedimentos metodológicos: levantamento de material bibliográfico, imagens, bem como identificação e seleção de áreas para trabalho de campo
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Ribeiro Junior, J. A. dos S., Oliveira, D. M. V., & Costa, S. B. (2014). Desenvolvimento, conflitos e impactos ambientais: a territorialização da Suzano e a resistência camponesa na mesorregião Leste Maranhense. Geographia Opportuno Tempore, 1(3), 11–33. https://doi.org/10.5433/got.2014.v1.17887
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