Não é mais aceitável afirmar que as cidades tenham tido pouca importância no Brasil colonial; muitos sítios históricos remanescentes e uma série de estudos comprovam as particularidades do arranjo espacial, assim como o seu papel destas na articulação da vida colonial em suas dimensões política, social, econômica e ambiental. Passando pelo Brasil colônia, pela permanência da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, de 1808 a 1821, à Independência, em 1822, e durante todo o período do Brasil Imperial até a proclamação da República, em 1889, as cidades ganharam importância, materializaram as formas pensadas pelo reino, e internalizaram ou subverteram as normatizações impostas à vida social. Hoje, a patrimonialização dos sítios coloniais no Brasil estimulou a refuncionalização turística de inúmeras cidades, e incorporou a cultura como uma ideologia espacial nas práticas do planejamento urbano, nas políticas de promoção da imagem e nas estratégias do consumo cultural, tema que ainda carece de uma investigação geográfica mais sistemática. É sobre a constituição desse patrimônio histórico e suas ideologias espaciais, chegando ao período contemporâneo quando os sítios coloniais são valorizados e transformados em territórios turísticos, que este artigo se desenvolve.
CITATION STYLE
Paes, T. (2015). As cidades coloniais brasileiras – Ideologias espaciais, valores histórico, urbanístico e cultural. GEOgraphia, 17(33), 41. https://doi.org/10.22409/geographia2015.v17i33.a13697
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.