Este artigo busca iniciar um diálogo sobre a articulação de uma perspectiva epistemológica feminista com os ideais de objetividade jornalística. Para isto, procede a uma revisão bibliográfica do conceito e do histórico da objetividade jornalística e das críticas que recebeu. Isto serve como base para problematizar a prática e discutir a reprodução de desigualdades de gênero no jornalismo. Apesar de a objetividade ser hoje relacionada com a busca pela verdade, nem sempre foi entendida como central ao jornalismo e recebe críticas desde sua adoção. Entende-se que o jornalismo dito objetivo acaba por reproduzir o senso comum, ligado fortemente aos grupos hegemônicos e, assim, patriarcais. No jornalismo, é possível verificar que há uma prática desigual em relação ao gênero, seja na representação das mulheres ou no âmbito de produção do conteúdo. Ainda que a epistemologia feminista standpoint (Harding, 1991, 1993, 1995, 2006; Hartsock, 1981, 1983) aborde o conhecimento científico, é possível aproximar a proposta de um conhecimento situado ao jornalismo, uma vez que é necessário refletir sobre novas possibilidades éticas, considerando uma perspectiva de gênero.
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Garcez, B., & Silveirinha, M. J. (2020). Objetividade jornalística e perspectiva feminista: por uma articulação. Mediapolis – Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, (10), 117–130. https://doi.org/10.14195/2183-6019_10_8
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