Violência obstétrica na visão de profissionais de saúde: a questão de gênero como definidora da assistência ao parto

  • Trajano A
  • Barreto E
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Abstract

Uma em cada quatro mulheres brasileiras sofre algum tipo de violência durante o trabalho de parto e o parto, visto que essa assistência é marcada por intervenções desnecessárias que levam à despersonificação e à inferiorização da mulher. Esta é uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas, que analisou a violência obstétrica pelo viés de gênero com base na narrativa de profissionais de saúde que realizam assistência ao parto. Foi evidenciado que essa assistência é permeada por submissão, abusos físicos, verbais e psicológicos, mediante um modelo intervencionista de pessimização do parto. A mulher torna-se objeto de intervenção por ser considerada inferior, baseado em uma perspectiva pessimista sobre o corpo feminino, conforme conhecimento hegemônico pautado pela excessiva medicalização do parto.Una de cada cuatro mujeres brasileñas sufre algún tipo de violencia durante el trabajo de parto y el parto, puesto que esa asistencia está marcada por intervenciones innecesarias que llevan a la despersonificación e inferiorización de la mujer. Esta es una investigación exploratoria con abordaje cualitativo, por medio de entrevistas semiestructuradas, que analizó la violencia obstétrica por el sesgo de género, a partir de la narrativa de profesionales de la salud que realizan asistencia al parto. Quedó en evidencia que la asistencia al parto está impregnada de sumisión, abusos físicos, verbales y psicológicos, a partir de un modelo intervencionista de pesimización del parto. La mujer se convierte en objeto de intervención, por ser considerada inferior, con base en una perspectiva pesimista sobre el cuerpo femenino, conforme conocimiento hegemónico regido por la excesiva medicalización del parto.One in every four Brazilian women suffer some form of violence during labor and childbirth, with labor and childbirth care being marked by unnecessary interventions that lead to the depersonalization and inferiorization of women. We conducted an exploratory study using semi-structured interviews to analyze obstetric violence in the form of gender bias in the narratives of childbirth care providers. The findings show that childbirth care is permeated by submission, physical, verbal and psychological abuse and based on an interventionist model that “pessimizes” childbirth. Underpinned by a pessimistic view of the female body and hegemonic knowledge predicated on the excessive medicalization of childbirth, the mother becomes an object of intervention because she is considered inferior.

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Trajano, A. R., & Barreto, E. A. (2021). Violência obstétrica na visão de profissionais de saúde: a questão de gênero como definidora da assistência ao parto. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 25. https://doi.org/10.1590/interface.200689

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