Resumo O diário de campo é ferramenta praticamente incontornável nas práticas etnográficas; entretanto, nas publicações resultantes das pesquisas qualitativas que incorporam etnografia nem sempre se evidencia como foi utilizado.Conhecer aprofundadamente as potencialidades do diário de campo contribui para que os praticantes de etnografia saibam defender melhor seu método, sem cair nas críticas comuns à sua subjetividade.Neste artigo argumentoque o esclarecimento das condições de utilização do diário de campo nos resultados da etnografia fortalece a etnografia enquanto prática metodológica. Essa prática, normativa na antropologia, vem sendo cada vez mais utilizada na sociologia e demais ciências sociais.O diário de campo surge aqui como espaço central de acumulação de dados etnográficos, uma ideia de senso comum na antropologia que, um século depois de Malinowski, carece ainda de segurança epistemológica.Abstract Fieldnotes are inescapable tools in ethnographic practice; in publications resulting from qualitative research that include ethnography, not often it’s clear how it was used. To know in depth fieldnotes’ potentialities will contribute to a better defence of the method by ethnography practitioners, without falling prey to common criticisms of its subjectivity. In this paper I argue that clarifying the conditions of field diary use in ethnography’s results strengthens ethnography as a methodological practice. This practice, although a rule in anthropology, became to be used more and more by sociology and by other social sciences. Fieldnotes, here, emerge as having a central role in ethnographic data accumulation, a common-sense idea in anthropology but, one century after Malinowski, continues to lack epistemological confidence.
CITATION STYLE
Cachado, R. (2021). Diário de campo. Um primo diferente na família das ciências sociais. Sociologia & Antropologia, 11(2), 551–572. https://doi.org/10.1590/2238-38752021v1128
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.