A paragem cardio-respiratória (PCR) é uma emergência médica com a qual os Médicos de Família e as equipas de Cuidados de Saúde Primários se deparam infrequentemente. A evidência actual indica que a diminuição dos tempos de resposta, suporte básico de vida precoce e desfibri-lhação precoce têm enorme impacto nas taxas de so-brevivência. Assim, os Médicos de Família podem ter um papel importante na abordagem desta situação e a desfibrilhação precoce por estes profissionais já de-monstrou melhorar os outcomes. 1,2 Apesar de pouco frequente, a paragem cardio-res-piratória pode ocorrer numa Unidade de Saúde ou durante uma visita domiciliária e o Médico de Família pode ter que iniciar manobras de ressuscitação antes da chegada da equipa de emergência médica. Perante uma situação de emergência, a antecipação por parte do profissional de saúde, é um factor deter-minante para um resultado favorável. Para tal é neces-sário saber como actuar e ter o material adequado. Os objectivos principais da intervenção são aumentar a sobrevida e diminuir o risco de sequelas. Estes objec-tivos podem ser atingidos pela realização de um con-junto de acções, que interligadas entre si, constituem a Cadeia de Sobrevivência. 3 Esses procedimentos, ou elos, assumem igual importância, pois sem o correcto funcionamento de todos, a probabilidade de salvar uma vida diminui drasticamente. A Cadeia de Sobrevivência é, assim, constituída pelos seguintes elos: • Acesso precoce ao sistema de emergência médica: assegura o início da cadeia de sobrevivência, que deve ser o mais rápido possível, pois cada minuto que passa diminui a possibilidade de sobrevivência da vitima. Para o adequado funcionamento deste elo, é importante reconhecer a gravidade da situa-ção e activar correctamente o sistema de emergên-cia, telefonando para o 112 e informar o quê, onde, como e quem. Esta primeira avaliação do estado da vítima, ou avaliação primária, deve ser realizada de uma forma rápida e sistematizada, permitindo a adequada transmissão de dados quando se solicita ajuda diferenciada. Para esta avaliação deve seguir-se o ABCDE, em que o A corresponde à via aérea, o B à ventilação, o C à circulação, o D à disfunção neu-rológica e o E à exposição.
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Cerqueira, Â. (2010). Abordagem da paragem cardio-respiratória no adulto. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 26(3), 284–289. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v26i3.11183
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