A solidão afeta as atividades de vida diária e a qualidade de vida do idoso. É pouco investigada e reconhecida pelos profissionais de geriatria e gerontologia. O objetivo deste trabalho foi estudar a solidão no idoso, analisando sua relação com o isolamento social, a depressão, o luto e o abandono. Estudamos 132 pacientes, 96 mulheres e 36 homens, com sessenta anos ou mais, do Centro de Referência de Geriatria e Gerontologia da Universidade Federal Fluminense. Eles responderam a um questionário sobre seus sentimentos de solidão. Dos entrevistados 83,3% concordaram que viver sozinho pode diminuir a qualidade de vida; 55,0% apontaram a aposentadoria como fator para o isolamento social e 80,3% disseram que sintomas depressivos levam ao isolamento social. A maioria dos entrevistados não morava sozinho (85,6%), embora 35,4% das mulheres (n = 34) e 22,2% dos homens (n = 8) se sentissem solitários. Somente 16,7% concordaram que hoje os filhos cuidam dos pais. Depressão, luto, isolamento social e abandono foram analisados nos indivíduos ditos solitários. Nos solitários 40,4% são, provavelmente, deprimidos e desamparados; 88,09% não vão a um clube nem fazem qualquer atividade em grupo. O luto foi relacionado ao sentimento de solidão mais em mulheres (18/34) que em homens (1/8). A manutenção do convívio familiar e do trabalho parece evitar o sentimento de solidão. A construção de programas interdisciplinares de promoção de saúde, que incluam educação em família e inclusão social, constitui a principal meta para prevenir ou reduzir o sentimento de solidão dos idosos. Palavras-chave: Idoso. Solidão.
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Lopes, R. F., Lopes, M. T. F., & Camara, V. D. (2009). Entendendo a solidão do idoso. Revista Brasileira de Ciências Do Envelhecimento Humano, 6(3), 373–381. https://doi.org/10.5335/rbceh.2009.036
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