A Educação Ambiental (EA) ainda não se consolidou no espaço escolar brasileiro, o que reflete em práticas fragmentadas, pontuais e desconexas em relação aos conteúdos específicos e a realidade. O presente artigo objetivou analisar o espaço e a forma de abordagem da EA na versão aprovada da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio, tendo em vista uma tendência de silenciamento do tema frente a pesquisas realizadas em outras versões do documento. Para isso, realizou-se uma análise de conteúdo (BARDIN, 1977) com a busca de palavras-chave no documento, seguido de categorização e análise. Verificou-se que não houve menção do termo EA na versão da BNCC para o Ensino Médio e que as palavras de maior frequência estão associadas a categoria socioambiental e sustentável. Constatou-se uma distribuição heterogênea das citações entre as áreas de conhecimento, o que é contrário a perspectiva de trabalho interdisciplinar orientada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA). A EA é concebida na BNCC numa concepção naturalista e conservacionista em detrimento de uma abordagem crítica, o que gera uma percepção reducionista, resumindo-a num mero instrumento para gestão de recursos naturais dentro de uma perspectiva a favor desenvolvimento sustentável.
CITATION STYLE
Oliveira, E. T. de, & Royer, M. R. (2020). A Educação Ambiental no contexto da BNCC para o Ensino Médio. INTERFACES DA EDUCAÇÃO, 10(30), 57–78. https://doi.org/10.26514/inter.v10i30.3717
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.