Apesar de a ruina ser um estado de degradação do edifício ou do espaço urbano no qual não e mais possível a apreciação de sua condição artística preexistente, muitas vezes o processo de arruinamento acaba gerando uma nova obra de arte mais interessante que a própria massa edificada “original”. Ha mais de duzentos anos, desde o Século XVIII, a cultura do Romantismo já havia intuído o valor estético pitoresco e sublime das ruinas, especialmente quando lançadas em um ambiente natural, selvagem — não urbano. Contudo, nos últimos anos, muitas ações contemporâneas tem comprometido fatalmente o equilíbrio da ruina com o sitio onde está inserida. Se algumas vezes os órgãos de proteção do patrimônio insistem na reconstrução de objetos arquitetônicos ou urbanos arruinados, outras vezes arquitetos promovem verdadeiras deturpações da percepção original dos sítios, utilizando a construção degradada como ocasião para gerar uma nova obra arquitetônica fundada no conflito entre o aspecto preexistente e uma imagem artística totalmente inovadora. Não obstante, frequentemente, o resultado e fascinante, criando um destaque que o monumento pode nunca ter tido antes, e qualificando a intervenção como referência paradigmática para a arquitetura contemporânea. PALAVRAS‑CHAVE: Patrimônio edificado. Projeto de intervenção. Ruina.
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Baeta, R. E., & Nery, J. C. (2017). Reflexões sobre intervenções arquitetônicas contemporâneas em ruínas. Oculum Ensaios, 14(2), 217. https://doi.org/10.24220/2318-0919v14n2a3871
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