OBJETIVO: Contesta-se a aplicação indiscriminada da toracotomia de reanimação (TR) no trauma. Este estudo objetiva reavaliar as indicações de TR na nossa instituição. MÉTODO: Estudo retrospectivo envolvendo 126 pacientes submetidos à TR entre janeiro de 1995 e dezembro de 2004. Definiram-se quatro grupos considerando os sinais vitais dos pacientes na admissão: morto ao chegar, fatal, agônico e choque profundo. O protocolo incluiu dados como mecanismo de trauma, sinais vitais, Escore de Trauma Revisado (Revised Trauma Score ou RTS), locais de lesão (identificados durante cirurgia ou autópsia), Índice de Gravidade da Lesão (Injury Severity Score ou ISS) e sobrevida. RESULTADOS: Setenta e dois (57,2%) pacientes apresentavam ferimento por projétil de arma de fogo, 11 (8,7%) ferimento por arma branca e 43 (34,1%) por trauma fechado. Nenhum dos sessenta pacientes (47,6%) dos grupos fatal e morto ao chegar sobreviveu, mas 13 (39,4%) dos pacientes fatais foram encaminhados ao centro cirúrgico (CC) para tratamento definitivo. Dos 66 pacientes dos grupos agônico e choque profundo, 44 (66,7%) foram submetidos a TR no prontosocorro (PS) e 31 (70,5%) destes foram transferidos até o CC. Nos 22 restantes, a parada cardiorrespiratória ocorreu já no CC, onde foi feita a TR. Dois pacientes do grupo choque profundo sobreviveram (1,6% do total) e receberam alta com função cerebral normal. O ISS médio foi 33, sendo exsangüinação a causa mais freqüente de óbito. CONCLUSÕES: Resultados ruins enfatizam a necessidade de uma abordagem mais seletiva para aplicar a TR. Um algoritmo baseado no mecanismo de trauma e nos sinais vitais na admissão é proposto para otimizar as indicações de TR.BACKGROUND: This study was designed to reassess the indications for TR in our institution. METHODS: A retrospective study of 126 patients undergoing TR from January 1995 to December 2004 was performed. Four groups were defined based on the severity of their injuries: death on arrival, fatal, agonal and profound shock. Database included variables such as mechanism of trauma, vital signs, Revised Trauma Score (RTS), sites of injury (identified during surgery or autopsy), Injury Severity Score (ISS) and survival. RESULTS: The mechanism of injury was gunshot wound in 72 (57,2%) patients, stab wound in 11 (8,7%) and blunt trauma in 43 (34,1%). Sixty patients (47,6%) had no vital signs (death or fatal groups) on admission at the Emergency Department (ED); although none of them survived, 13 (39,4%) fatal patients survived to reach the operating room (OR). In the agonal and profound shock groups (66 patients), 44 (66,7%) had TR in the ED and 31 (70,5%) reached the OR. In the remaining 22, cardiorespiratory arrest occurred in the OR, where the TR was performed. Two patients in profound shock survived (1,6% of the total) and were discharged with normal neurologic function. The ISS average was 33 and exsanguination was the most frequent cause of death. CONCLUSION: Our results indicate poor outcome and further emphasizes the need for a more selective approach in the application of TR. An algorithm based on mechanism of injury and vital signs on admission at ED is proposed to optimize the indications of TR.
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Fraga, G. P., Genghini, E. B., Mantovani, M., Cortinas, L. G. de O., & Prandi Filho, W. (2006). Toracotomia de reanimação: racionalização do uso do procedimento. Revista Do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 33(6), 354–360. https://doi.org/10.1590/s0100-69912006000600005
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