A neutropenia febril (NF) é uma complicação frequente e potencialmente fatal nos pacientes em tratamento quimioterápico. Entendemos hoje que a neutropenia febril é considerada uma emergência clínica e que a administração de antibióticos de amplo espectro diminui drasticamente a mortalidade. Estudos sugerem que a neutropenia febril compreende um grupo extremamente heterogêneo e que dados clínicos como febre domiciliar, ausência de hipotensão, ausência de desidratação, ausência de doença pulmonar obstrutiva crônica, ausência de outros sintomas, ausência de infecção fúngica prévia e idade < 60 anos são fatores de proteção para complicações clínicas graves segundo o estudo da Multinational Association for Supportive Care of Cancer (MASCC). Estes dados permitem maior segurança para o tratamento ambulatorial e alta precoce, uma vez que estudos fármaco-econômicos demonstram importante redução de custos no tratamento ambulatorial da neutropenia febril . O objetivo desta revisão é discutir instrumentos de segurança da triagem de um paciente neutropênico febril (principalmente pela utilização do índice MASCC), como também demonstrar as formas descritas na literatura do tratamento ambulatorial e seus resultados. Descritores: Neutropenia/quimioterapia; Febre; Agentes antibacterianos/uso terapêutico; Assistência ambulatorial; Avaliação de resultados (cuidados de saúde); Sensibilidade e especificidade; Fatores de risco; Triagem; Revisão Introdução A neutropenia febril (NF) decorrente de quimioterapia é uma complicação frequente e, dependendo da intensidade dos protocolos quimioterápicos, pode ser potencialmente fatal. (1,2) Sabemos, desde a publicação de Bodey et al. em 1966, que o risco de infecção bacteriana e fúngica é inver-samente proporcional à contagem de neutrófilos e que este risco aumenta quanto maior for o período de neutropenia. (3,4) No início da década de 1970, era comum aguardar o isolamento do agente microbiano, ou a melhor definição do sítio de infecção para o início do tratamento do paciente com NF. Schimpff et al., em 1971, ao entenderem que a taxa de morta-lidade da NF era ao redor de 50% a 80%, que na maioria dos casos não era possível identificar um foco definido, e as culturas, geralmente, eram negativas, estabeleceram o uso Marcelo Bellesso
CITATION STYLE
Bellesso, M., Costa, S. F., Chamone, D. A. F., & Llacer, P. E. D. (2010). Triagem para o tratamento ambulatorial da neutropenia febril. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, 32(5), 402–408. https://doi.org/10.1590/s1516-84842010000500014
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.