O bebê e a água do banho - a ação afirmativa continua importante, não obstante os erros da UnB!

  • Sansone L
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Em comentando esse texto de Ricardo e Marcos, tanto "instantâneo" e jornalístico no estilo quanto atual na temática, quero salientar a importância de ampliar e aprofundar o debate em torno da persistência de grandes, extremas e duráveis desigualdades sociais e raciais neste país. Qualquer discussão da metodologia de um sistema de quota em base "racial" nunca pode perder de vista o contexto das desigualdades que hoje, quiçá pela primeira vez com tanta força, está sendo identificado como o problema principal da sociedade e, pois, da economia brasileira. Esse empreendimento quase titânico deverá ser feito dentro de um contexto institucional complexo, determinado por um lado pela nova vontade política por parte do governo e, por outro lado, pelo fato do Estado hoje não ter a capacidade de financiar ou sustentar um autêntico programa de guerra ás desigualdades como deveria acompanhar a introdução de quotas nas universidades. Essa contradição torna nosso debate um tanto quanto surreal, já que o mesmo pressupõe quase sempre um Estado forte, responsável, competente e interventor. De fato temos um Estado que está brilhando por inconsciência: propor quotas, assim como um mais geral projeto de ação afirmativa, é criar (sacrossantas) expectativas em milhões de famílias negras, mas essas expectativas podem ser frustradas se não houver um esforço (sobretudo, financeiro) para garantir o direito a estudar. Promessas não mantidas doem. O texto não toca nessa absurda contradição, mas se prende àquela que eu entendo como uma questão de forma, mais do que de substância-o pouco inteligente e muito irritante uso da foto para aferir a cor do candidato no vestibular da UnB. Nota bene: o fenótipo (aparência) é o mais importante no processo de racialização no Brasil e, nesse sentido, o uso do termo (afro-)descendente somente cria confusão, porque não de genes estamos falando, mas de nariz, lábios, cabelos e outras parte do corpo que fazem o negro no Brasil. Acho importante enfocar a centralidade do fenótipo

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Sansone, L. (2005). O bebê e a água do banho - a ação afirmativa continua importante, não obstante os erros da UnB! Horizontes Antropológicos, 11(23), 251–254. https://doi.org/10.1590/s0104-71832005000100020

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