Buscou-se caracterizar o perfil de 15 famílias de baixa renda que vivenciaram a situação de abuso sexual e estavam sendo atendidas no CREAS, ressaltando-se o tempo vivido por elas entre a revelação da violência sexual e o início do atendimento. Utilizou-se como instrumentos entrevistas semiestruturadas com as famílias e dados dos prontuários destas. Estatísticas descritivas simples foram utilizadas como forma de sistematização dos dados. Os resultados assinalam que as vítimas são predominantemente do sexo feminino; tinham em média oito anos quando o abuso ocorreu; e foram vítimas de abuso sexual intrafamiliar. As famílias são eminentemente chefiadas por mulheres, sendo estas quem comumente acompanham as filhas em sua trajetória desde a revelação até o atendimento pelas intuições especializadas. Nesta amostra constata-se que a criança vive o abuso em uma média de dois anos e que da revelação à notificação ocorre mais um período de tempo, que dura em média um ano e seis meses. Conclui-se que intervalo de tempo entre a revelação do abuso sexual e as providências para o atendimento são vividas em função da assimilação do ocorrido, além da necessária reorganização familiar, física e/ou emocional. Importante apontar para a mudança na celeridade do atendimento pelos órgãos públicos, após a revelação do abuso sexual na comunidade e dos efeitos propulsores em direção ao papel protetor dos diferentes agentes.
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Magnabosco Marra, M., & Fortunato Costa, L. (2016). Caracterização do Abuso Sexual em Clientela do CREAS. Revista Subjetividades, 16(2), 105–116. https://doi.org/10.5020/23590777.16.2.105-116
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