Os processos que levam a inversão do relevo podem ocorrer quando há um alçamento de uma determinada superfície pela tectônica ou pela erosão diferencial. Nesse processo, antigas áreas agradacionais podem ser alçadas a cotas elevadas, transformando baixos em altos topográficos. Níveis sedimentares preservados sobre superfícies elevadas podem constituir importantes indicadores de processos de inversão do relevo, uma vez que constituem um antigo nível de base deposicional. No Nordeste Brasileiro, vários maciços cristalinos apresentam-se parcialmente recobertos pela Formação Serra dos Martins (FSM), que constitui uma unidade sedimentar de origem continental situada entre as cotas 650 e 700m. Os sistemas deposicionais da FSM já são bem conhecidos, mas sua cronologia foi e ainda é fruto de discussões que embasam diferentes modelos de evolução geomorfológica. Nesse trabalho foram analisados diferentes aspectos da evolução geológica e geomorfológica em contraposição as tentativas de posicionamento cronológico absoluto e relativo da FSM. Por fim, concluímos que as reativações tectônicas cenozoicas ao longo da zona de cisalhamento Portalegre e o soerguimento cenozoico resultante do vulcanismo neógeno (underplating) contribuíram para a alteração dos níveis de base de erosão levando à dissecação. A resistência associada a litologia granítica das suítes intrusivas e o capeamento laterítico contribuíram para a erosão diferencial do embasamento circunjacente, levando a inversão do relevo que resultou na elevação da Formação Serra dos Martins as suas cotas atuais.
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Maia, R. P., Bétard, F., & Bezerra, F. H. (2016). GEOMORFOLOGIA DOS MACIÇOS DE PORTALEGRE E MARTINS – NE DO BRASIL: INVERSÃO DO RELEVO EM ANÁLISE. Revista Brasileira de Geomorfologia, 17(2). https://doi.org/10.20502/rbg.v17i2.801
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