Introdução: Os agentes comunitários de saúde (ACS) e os agentes de combate a endemias (ACE) estão envolvidos de maneira decisiva na prevenção e no combate à dengue, sendo os profissionais de saúde diretamente em contato com a população. Objetivo: Investigar o perfil sociodemográfico, as atividades e a qualidade de vida (QV) dos ACS e ACE em duas cidades do Paraná, uma endêmica (Paranavaí) e outra em surto epidêmico (Paranaguá). Método: Estudo transversal avaliando ACS e ACE nos aspectos sociodemográficos, laborais e a QV entre julho e agosto de 2016. Resultados: Foram incluídos 98 ACS, 40 em Paranaguá e 58 em Paranavaí, dos quais 92,9% são mulheres, com idade média de 38,9 anos; 63,5% têm ensino médio completo; e 90% recebem menos de 3 salários mínimos mensais. Os agentes de Paranaguá se sentem mais preparados para o desempenho da função, embora a maioria não ache tal treinamento suficiente. A maioria já foi agredida verbalmente no trabalho. Os mais insatisfeitos se encontram em Paranavaí. A análise da QV demonstrou que a saúde física/mental não é boa e pode ser influenciada por fatores sociodemográficos e esgotamento profissional. Conclusões: A maioria dos ACS e ACE é composta de mulheres, adultos jovens, com boa escolaridade e baixa renda. O atual treinamento para combate à dengue não é suficiente, pois os agentes se sentem inseguros para a transmissão de informações à população. Além disso, parte dos profissionais já foi agredida no desempenho da função. A QV está abaixo do esperado, o que é justificado principalmente pela carga de trabalho e pela baixa remuneraçãoBackground: Community health agents (CHA) and endemics combat agents (ECA) play a decisive role in the prevention and control of dengue and are in direct contact with the population. Objective: To analyze the sociodemographic profile, activities and quality of life (QoL) of CHAs and ECAs in two towns in Parana, Brazil, in which dengue is respectively endemic (Paranavai) and epidemic (Paranagua). Method: Cross-sectional study which analyzed sociodemographic and occupational parameters and the QoL of CHAs and ECAs in July and August 2016. Results: Ninety-eight health agents were included, 40 from Paranagua and 58 from Paranavai. About 92.9% of the participants were female; their average age was 38.9 years old; 63.5% had completed secondary school; and 90% earned less than 3 times the equivalent of the minimum wage per month. The agents in Paranagua reported to feel they were better prepared for their job, although most considered training insufficient. Most participants reported to have already suffered verbal violence at work. Job dissatisfaction was higher among the Paranavai agents. QoL analysis showed that neither mental nor physical health was good, which might be explained by sociodemographic factors and professional exhaustion. Conclusion: Most participants were female, younger adults, with high educational level and low income. The training currently provided to combat dengue is insufficient, as most health agents felt insecure to convey information to the population. A part of the sample had already suffered violence at work. QoL was below the expected level, mainly due to work overload and low salary
CITATION STYLE
Souza, L. (2018). Avaliação do perfil sociodemográfico, laboral e a qualidade de vida dos agentes de saúde responsáveis pelo combate à dengue em duas cidades do estado do Paraná. Revista Brasileira de Medicina Do Trabalho, 16(4), 393–399. https://doi.org/10.5327/z1679443520180248
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.