Este artigo tem como objetivo avaliar os mecanismos de governança das empresas nos Estados Unidos. A seção 1 focaliza as razões da ainda relativa escassez de detentores de grandes blocos de ações nas empresas norte-americanas de capital aberto. A análise prossegue concentrando-se no exame da eficácia de cada um dos supostos esteios do sistema de governança corporativa naquele país. Argumenta-se que a literatura disponível permite identificar as seguintes características nesse sistema: 1) o sistema regulatório-legal restringe, de fato, o potencial para a expropriação de acionistas minoritários, ainda que ao custo de inibir o ativismo de investidores institucionais; 2) os conselhos de administração, como regra, não cumprem seu papel de efetivamente monitorar os executivos, embora mais recentemente possam ser identificados casos em grandes corporações em que tenham sido mais pró-ativos; 3) o mercado de controle das empresas esbarra em vários tipos de dificuldades (desde empecilhos legais a custos de transação elevados e problemas de free-rider), suficientes para limitar sua capacidade de coibir ineficiências e rent-seeking dos executivos; 4) a competição nos mercados de produto e de capital pode coexistir por um longo tempo com expropriação dos acionistas e gestão inadequada.
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Aldrighi, D. M. (2003). The mechanisms of corporate governance in the United States: an assessment. Revista Brasileira de Economia, 57(3), 469–514. https://doi.org/10.1590/s0034-71402003000300001
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