A conservação da biodiversidade no Brasil, tanto terrestre quanto marinha, baseia-se em modelos de parques nacionais e outras modalidades que excluem os povos e comunidades tradicionais que habitam esses espaços. Essa exclusão não é somente física, resultado de pressões para que emigrem, mas também sociocultural, com a proibição de atividades de pequena agricultura, pesca, artesanato e, sobretudo, a negação dos saberes tradicionais sobre a biodiversidade, que o Estado diz proteger. Essa negação é visível quando as comunidades tradicionais moradoras raramente são chamadas para colaborar na elaboração dos “planos de manejo” que definem os diversos espaços de uso e não uso dentro dessas unidades. Essa exclusão faz com que o Estado perca aliados fundamentais para a conservação da biodiversidade. O presente texto procura analisar o papel dos conhecimentos e práticas tradicionais das comunidades moradoras desses territórios nos planos de conservação da biodiversidade, que é fundamental para a conservação democrática e includente de áreas protegidas. Esse modelo é chamado aqui de “etnoconservação”.
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Diegues, A. C. (2019). Conhecimentos, práticas tradicionais e a etnoconservação da natureza. Desenvolvimento e Meio Ambiente, 50. https://doi.org/10.5380/dma.v50i0.66617
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