Esta pesquisa constitui um estudo exploratório e hermenêutico da ótica de gestores sobre a trajetória de implantação e a identidade das iniciativas de humanização da assistência adotadas pela Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro. Sua metodologia se pautou na análise das narrativas e das concepções de gestores e macrogestores. Teve como acervo 14 entrevistas, entre seis gestores que coordenam programas e um gestor de cada uma das oito maternidades municipais. São analisadas e confrontadas as trajetórias de instituição da política de humanização ao parto e de atenção ao recém-nascido de baixo peso. Os principais significados atribuídos pelos sujeitos às iniciativas de humanização se relacionam 1) à qualidade da relação interpessoal entre profissionais e usuários; 2) ao reconhecimento dos direitos do paciente; 3) à democratização das relações de poder entre profissionais e pacientes; 4) à desmedicalização da atenção ao parto e nascimento; 5) à promoção de vínculos entre familiares, mãe e recém-nascidos hospitalizados; 6) à valorização dos profissionais de saúde. As conclusões problematizam os limites, matizes e ajustes ideológicos ocorridos na trajetória de implantação destas políticas e nas atribuições de sentidos ao conceito de humanização.This research constitutes an exploratory and hermeneutic study of the managers conceptions on the implantation and the identity of the humanization initiatives adopted by the Municipal Health District of Rio de Janeiro. Its methodology rulered in the narratives analysis of the managers and macro-managers conceptions. It had as pile fourteen interviews, come in six managers who coordinate programs and a manager of each one of the eight municipal maternities. They are analyzed and confronted the policy institution trajectories of humanization to the childbirth and of attention to the very low birth weigh infants. The main meanings attributed by the subjects to the humanization initiatives relate to the 1) quality of the interpersonal relationship between professionals and users; 2) patient rights recognition; 3) democratization of power relations between professionals and patients; 4) de-medicalization of the attention to the childbirth; 5) links promotion between family, mother and hospitalized newborn; 6) health professionals valorization. The conclusions discuss the limits, shades and ideological adjustment occurred in the implantation of these policies and in the attributions of meanings to the humanization concept.
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Deslandes, S. F. (2005). A ótica de gestores sobre a humanização da assistência nas maternidades municipais do Rio de Janeiro. Ciência & Saúde Coletiva, 10(3), 615–626. https://doi.org/10.1590/s1413-81232005000300018
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