Objetivo: Determinar a prevalência de potenciais interações medicamentosas e os fatores a elas associados entre idosos cadastrados nas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Timóteo, MG. Métodos: Estudo transversal, utilizando amostragem aleatória estratificada. Foram realizadas 273 entrevistas domiciliares, com indivíduos de 60 anos ou mais de idade, por meio de formulário que continha perguntas de identificação, sociodemográficas e questões relacionadas às condições de saúde do idoso e ao consumo de medicamentos. As interações medicamentosas foram identificadas e classificadas de acordo com o software Micromedex®. Resultados: A prevalência de potenciais interações medicamentosas foi de 55,6%, perfazendo um total de 466 ocorrências, das quais 5,6% eram leves, 81,6% eram moderadas e 12,8% eram de maior gravidade. As classes terapêuticas mais frequentemente envolvidas foram anti-inflamatórios e, principalmente, fármacos utilizados em doenças cardiovasculares. A ausência de internação hospitalar nos últimos 4 meses associou-se significativamente a uma menor chance de interações graves, e a maior parte dos pacientes que não tiveram nenhum tipo de interação moderada utilizava apenas medicamentos prescritos por médicos. Conclusões: A prevalência de interações medicamentosas encontrada foi semelhante à descrita na literatura, demonstrando alta frequência entre idosos. A ausência de internação hospitalar prévia e a prescrição de medicamentos por profissionais médicos associaram-se a uma menor frequência desse fenômeno. A prescrição de múltiplos medicamentos simultaneamente aos idosos pode comprometer a segurança e a saúde dessa população, requerendo, por parte dos cuidadores, observação atenta quanto à ocorrência de interações medicamentosas.
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Gotardelo, D. R., Fonseca, L. S., Masson, E. R., Lopes, L. N., Toledo, V. N., Faioli, M. A., … Andrade, R. B. L. (2014). Prevalência e fatores associados a potenciais interações medicamentosas entre idosos em um estudo de base populacional. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, 9(31), 111–118. https://doi.org/10.5712/rbmfc9(31)833
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