Além de grandes objetivos genéricos, a transição energética necessita ser traduzida em políticas e em projetos bastante concretos. A implementação destes últimos, frequentemente na forma de amplos sítios de produção de energia, provoca fortes reações nos territórios, entre outros, em nome da paisagem. Entretanto, ao invés de reconhecer nesse fato uma reação sistemática de oposição, sugere-se considerar a paisagem enquanto uma forma de testar o nível de territorialização das propostas realizadas em nome da transição energética: na qualidade de arcabouço cognitivo e político, a paisagem permitiria, deste modo, confrontar “projeto” e “território”, e compreender se o primeiro demonstra-se coerente e representativo em relação ao futuro do segundo. Nesse sentido, propõe-se um roteiro de análise estruturado em três níveis, referindo-se a abordagens teóricas complementares, quais sejam: a paisagem 1) como representação social, 2) como instrumento e objeto negociado e 3) como paradigma societal. O recente desenvolvimento da matriz eólica no Québec ilustra como a “paisagem” poderia ser mobilizada nesse sentido.
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Fortin, M.-J. (2015). AS PAISAGENS DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA: UMA PERSPECTIVA POLÍTICA. Redes, 20(3), 349. https://doi.org/10.17058/redes.v20i3.6722
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