A doença de Ménière é uma patologia crónica do ouvido interno caracterizada por sintomas vestibulares episódicos associados a hipoacusia neurossensorial, acufeno e plenitude auricular. Tendo sido descrita há mais de 150 anos por Prosper Ménière, ainda hoje em dia a sua epidemiologia continua a ser um enorme desafio para os profissionais que tentam compreender melhor esta doença.Desde a Segunda Guerra Mundial que várias sociedades e grupos de estudo têm tentado aprofundar o conhecimento desta patologia, nomeadamente a sua prevalência e incidência. Contudo, devido à dificuldade de uniformização dos critérios de diagnóstico, estes valores apresentam grande variabilidade. Com o seu aparecimento na meia-idade, a doença de Ménière apresenta-se inicialmente como uma doença unilateral, não se encontrando tendência para uma maior expressividade quanto à lateralidade. Com o passar dos anos, verifica-se uma tendência clara para a bilateralidade da doença de Ménière, em que o tempo de envolvimento do ouvido contralateral pode variar de dois meses a mais de 20 anos. Por outro lado, com o passar dos anos, ocorre uma redução no impacto dos sintomas, nomeadamente através de mudanças no estilo de vida e tratamento médico ou cirúrgico. O sistema imunológico, a enxaqueca, a alergia e o sistema nervoso autónomo estão também associados aos doentes com doença de Ménière.De um modo geral, é consensual que existe um maior predomínio da doença de Ménière na raça caucasiana, quanto ao género, um ligeiro predomínio da doença de Ménière no sexo feminino é reportado na grande maioria dos estudos. Evidências epidemiológicas e genómicas suportam uma suscetibilidade genética.
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Ribeiro, D., Caroça, C., & Paço, J. (2017). Epidemiologia da Doença de Ménière: Revisão da Literatura. Gazeta Médica. https://doi.org/10.29315/gm.v4i1.35
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