A agricultura familiar reflete uma divisão histórica do gênero. No trabalho, a mulher concentra sua participação nos cultivos para subsistência, enquanto o homem se ocupa das grandes culturas, com as quais a família obtém sua renda. O assentamento Milton Santos fois construído como um Projeto de Desenvolvimento Susnterável (PDS), conforme as normas do INCRA, e também uma Comuna da Terra, tal como concebido pelo MST. Esta concepção se funda especialmente na perspectiva de produção orgânica e de proximidade do assentamento com os grandes centros consumidores. Efetivamente, desde sua implantação, existem importantes esforços no assentamento para a conversão para a agricultura orgânica e agroecológica. Nesta perspectiva, famílias assentadas se engajaram em iniciativas visando tornar suas produções em conformidade com as normas da produção orgânica, especialmente buscando o reconhecimento da qualidade orgânica via sistema participativo. É assim que, no assentamento, foram formalizadas três Organizações de Controle Social (OCS). Nossa pesquisa focaliza a OCS Terra Viva, formada majoritariamente por mulheres, com o objetivo de discutir em que medida a implantação deste dispositivo favorece o rompimento de práticas patriarcais, suscitando o protagonismo feminino. Para tal estudo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e observação participante. As mulheres consideradas na pesquisa rompem com seu lugar servil na família, levando para a esfera pública suas reivindicações e princípios.
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Mendonça, G. M., & Moruzzi Marques, P. E. (2018). Protagonismo feminino na agricultura agroecológica: estudo de uma organização de controle social no assentamento Milton Santos. Retratos de Assentamentos, 21(2), 45–65. https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2018.v21i2.298
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