Condições associadas à hospitalização e tratamentos de crianças com câncer têm sido identificadas como fontes de estresse, sendo pertinente estudar as estratégias de enfrentamento utilizadas por essas crianças. Este estudo objetivou comparar duas metodologias de avaliação do enfrentamento em contexto de hospitalização pediátrica. Dezenove crianças com câncer, com idade entre 6 e 12 anos, em tratamento em um hospital português, responderam ao Kidcope e ao Instrumento para Avaliação das Estratégias de Enfrentamento da Hospitalização. Além disso, também os cuidadores avaliaram a adaptação da criança ao hospital. Os resultados apontaram níveis reduzidos de perturbação comportamental e sofrimento, tanto na avaliação das crianças quanto na dos pais. A amostra apresentou diversidade de estratégias de enfrentamento, bem como preponderância de comportamentos facilitadores em ambas as escalas, com predominância de suporte social e distração, mas também a presença de pensamento mágico e ruminação. Ambas as escalas tiveram respostas semelhantes para suporte social e distração, mas não para outras estratégias. Embora não tenha ficado demonstrado que as escalas sejam equivalentes, ambas se mostraram úteis para fins clínicos.Conditions associated with hospitalization and treatment of children with cancer have been identified as sources of stress, thus the relevance of studying the coping strategies spontaneously used by these children. The present study aimed to compare two methods for evaluating coping in the context of pediatric hospitalization. A total of 19 children (aged 6 to 12) with cancer, attending a Portuguese hospital, answered the Kidcope and the Instrument for the Assessment of Coping Strategies during Hospitalization. Their caregivers evaluated how the children adapted to the hospital. Low levels of distress were observed in the evaluations of both caregivers and children. The sample showed various coping strategies and a number of facilitative behaviors in both scales, including social support and entertainment, but also wishful thinking and rumination. Both scales had similar responses in terms of social support and entertainment, but not for other strategies. Although the two scales were not found to be equivalents, both proved to be useful for clinical purposes.
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Lima, A. S., Barros, L., & Enumo, S. R. F. (2014). Enfrentamento em crianças portuguesas hospitalizadas por câncer: comparação de dois instrumentos de avaliação. Estudos de Psicologia (Campinas), 31(4), 559–571. https://doi.org/10.1590/0103-166x2014000400010
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