O uso da biomassa florestal é uma importante alternativa de fonte energética renovável, econômica, técnica e ambientalmente viável, disputando espaço com outras fontes energéticas, mais caras ou não renováveis, tais como gás natural, óleo diesel e GLP. Dentro do setor industrial, maior consumidor de energia a partir de biomassa, destaca-se o segmento de cerâmicas vermelhas, tradicional consumidor de lenha para a produção de energia. Uma considerável parcela de empresas deste setor recentemente passou a utilizar, como alternativa de energia, cavacos produzidos a partir de resíduos madeireiros diversos. A opção por esse tipo de biomassa se deve a quatro principais razões: maior disponibilidade desse material para aquisição no mercado; envolver um importante aspecto ambiental, uma vez que se trata de um material de origem renovável; por proporcionar uma maior homogeneidade durante a combustão, quando comparado com a lenha; e possibilita a automação da alimentação dos fornos. O presente estudo teve por objetivo caracterizar e descrever o segmento de cerâmicas vermelhas no Estado de São Paulo quanto ao consumo de resíduos madeireiros para fins energéticos. A pesquisa por amostragem coletou dados regionais sobre a quantidade e eficiência do uso de resíduos madeireiros como fonte de geração de energia no setor, bem como aspectos tecnológicos, econômicos e logísticos associados ao uso desta biomassa. Estima-se que o uso de cavacos de madeira vem sendo adotado atualmente por cerca de 80% das cerâmicas de porte médio no Estado de São Paulo. Os cavacos são originados de resíduos de serrarias, operações da colheita florestal de pinus e eucalipto, poda de arborização urbana e reciclagem de produtos madeireirosem geral. Oraio médio de distância para suprimento dos cavacos até as cerâmicas é de aproximadamente 200 km. As cerâmicas avaliadas compram os cavacos de terceiros a um preço médio em torno de R$ 43,00 por m³. A eficiência média apurada foi de 1,4 m³ de cavaco para cada milheiro de peças acabadas produzidas. As cerâmicas expressaram a necessidade de maior regularidade na qualidade deste biocombustível, que normalmente varia a cada carga recebida.
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Lopes, G. de A., Brito, J. O., & Moura, L. F. de. (2016). USO ENERGÉTICO DE RESÍDUOS MADEIREIROS NA PRODUÇÃO DE CERÂMICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO. Ciência Florestal, 26(2), 679–686. https://doi.org/10.5902/1980509822767
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