Os textos sobre a evolução humana assumem, em maior ou menor grau, a forma de uma narrativa. Ao contrário de outras narrativas, que mantêm constantes os elementos centrais da história, a narrativa da evolução humana se modifica com o passar do tempo. Assim, contar a história da evolução humana é mais do que transitar pelas redes de parentesco dos hominídeos 1 , é contar a cada vez uma história diferente, em que personagens principais se tornam coadjuvantes, mulheres se transformam em homens, valorosos caçadores viram consumidores de carniça, ancestrais diretos se transformam em primos. Até o primeiro hominídeo, o mais primitivo do momento, pode passar a ser considerado menos um hominídeo e mais um símio. Novas descobertas são divulgadas freqüentemente em periódicos de impacto, tais como Nature, Science, Journal of Human Evolution, levando a novos insights sobre a evolução humana. Neste capítulo o leitor encontrará informações sobre o conhecimento já consolidado que pode ser complementado com consultas às fontes acima citadas. A história evolutiva tem como fonte principal de informações os fósseis ósseos. A partir de fragmentos de crânios e ossos fossilizados pode-se inferir o tipo de locomoção predominante, o tipo de alimento mais consumido e estimar o período em que a espécie viveu e suas características anatômicas e proporções corporais. Dentre os fatores que contribuem para as mudanças na história da evolução humana, apontadas acima, destacam-1 Refere-se a todas as espécies da Família Hominidae, que inclui todas as espécies que evoluíram. A Família Hominidae tem quatro gêneros Ardipithecus, Australopithecus, Paranthropus e Homo.
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Dobzhansky, T. (1956). A evolução humana. Revista de Antropologia, 4(2), 97. https://doi.org/10.11606/2179-0892.ra.1956.110336
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