O envelhecimento dos castanhais em florestas densas pode comprometer a sustentabilidade produtiva, devido às dificuldades de recrutamento e à redução da produção. No entanto, estudos mostram elevado potencial de regeneração e desenvolvimento da espécie em áreas alteradas. O objetivo deste estudo é evidenciar o maior potencial de recrutamento das castanheiras em áreas abertas circunvizinhas à floresta madura e fazer uma abordagem inédita do potencial produtivo das castanheiras nessas áreas em início de sucessão. Salientamos a importância e formas de manejo das castanheiras jovens, por meio do sistema ‘castanha na roça’. Foram avaliadas 1.442 castanheiras, em 91 áreas de agricultura itinerante na Reserva Extrativista do rio Cajari. A densidade na área total amostrada em início de sucessão foi de 11 ind. ha-1, contra sete na floresta madura. Nas capoeiras, o diâmetro à altura do peito da menor castanheira produtiva (24,5 cm) foi inferior ao da floresta (38,5 cm), sendo produtivas 17% das castanheiras, com produção média de 84 ouriços por árvore. O reconhecimento de que a agricultura itinerante e o extrativismo são atividades complementares é essencial para a sustentabilidade da coleta de castanha, que pode ser garantida pelas novas castanheiras que surgem nas roças e durante o pousio e desenvolvimento das capoeiras.
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Guedes, M. C., Neves, E. D. S., Rodrigues, E. G., Paiva, P., Costa, J. B. P., Freitas, M. F., & Lemos, L. M. de. (2014). ‘Castanha na roça’: expansão da produção e renovação dos castanhais em áreas de agricultura itinerante no Amapá, Brasil. Boletim Do Museu Paraense Emílio Goeldi - Ciências Naturais, 9(2), 381–398. https://doi.org/10.46357/bcnaturais.v9i2.532
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