O primeiro contexto da presente discussão é o das teorias elaboradas nos últimos cerca de cem anos pela Etnomusicologia sobre: 1. a definição de seu próprio campo; e, 2. a da música como categoria objeto de seu conhecimento. Ele aqui comparecerá, entretanto, apenas como pano de fundo. Minha intenção é concentrar-me nas décadas de 50 e 60 deste século. Aí ocorreram fatos fundamentais na direção da conformação da disciplina, tipicamente nos Estados Unidos. A redução cronológica e nacional em consideração não redundará em prejuízo de uma visão global da área. Pelo contrário, as referidas décadas norte-americanas representam o projeto etnomusicológico como um todo: reafirmam seus germes originais de pensamento, assumem por completo seu dilema e apontam para deslocamentos na disciplina, previsíveis em suas origens. Incluído neste contexto, o exame localiza-se também no contexto geral - atinente às questões 1 e 2 acima - das diversas outras musicologias, isto é, Musicologia Histórica, Sociologia e Psicologia da Música, Estética e Folclore Musicais. Isto será ensaiado - de maneira modesta, entretanto - através da análise de alguns autores das referidas áreas, sobretudo europeus. Aqui também as décadas de 50 e 60 merecerão enfoque central, opção que fiz por razões semelhantes às expostas para o caso da Etnomusicologia. Finalmente, a presente discussão também trabalha os nexos da Antropologia com a música e a Etnomusicologia
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Bastos, R. J. de M. (2014). ESBOÇO DE UMA TEORIA DA MÚSICA: PARA ALÉM DE UMA ANTROPOLOGIA SEM MÚSICA E DE UMA MUSICOLOGIA SEM HOMEM. ACENO - Revista de Antropologia Do Centro-Oeste, 1(1), 49–101. https://doi.org/10.48074/aceno.v1i1.1800
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