Este artigo estabelece um paralelismo entre arte e ciência, sublinhando a capacidade da arte também permitir obter formas de conhecimento segundo processos laboratoriais. Foca-se numa certa metaciência da arte enquanto pesquisa sobre as lógicas operativas da pesquisa artística que, caso haja um compromisso verdadeiro na compreensão de determinados aspetos da realidade sensível, faculta conhecimento existencial. Partindo do conceito de mestre ignorante desenvolvido por Jacques Rancière será abordado o processo artístico como produtor de experiências em processos complementares de interpretação e expressão, que se podem identificar com a lógica experimental das ciências que acontece em laboratório. A arte enquanto lugar de experimentação busca estar à parte do real mas visa o real, numa dupla lógica separadora e relacional que se distancia para compreender e deduzir, semelhante a quando se retiram amostras para estudo científico.
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Mourão, R. (2023). LÓGICA LABORATORIAL DA ARTE E A METACIÊNCIA DO MESTRE IGNORANTE. REVISTA POIÉSIS, 24(41), 23–38. https://doi.org/10.22409/poiesis.v24i41.59019
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