Para este artigo, foram analisadas trezentas matérias extraídas dos principais jornais da mídia impressa brasileira sobre o tema da clonagem, em um período de dezoito meses, a contar do anúncio de Dolly, feito em fevereiro de 1997. A análise do material teve dois grandes objetivos: mapear os constantes morais a que a possibilidade da clonagem de seres humanos esteve associada e identificar alguns dos pressupostos morais da pesquisa científica com animais não-humanos e que foram reproduzidos irrefletidamente pela mídia. Além do reconhecimento de que houve antes uma difusão irrefletida do medo da clonagem em seres humanos que mesmo um debate ético frente à questão, a conclusão a que os autores chegaram com este estudo foi que há um sério descompasso entre as reflexões bioéticas e a mídia brasileira.This article was based on an analysis of three hundred articles from mainstream Brazilian periodicals over a period of eighteen months, beginning with the announcement of the Dolly case in February 1997. There were two main objectives: to outline the moral constants in the press associated with the possibility of cloning human beings and to identify some of the moral assumptions concerning scientific research with non-human animals that were published carelessly by the media. The authors conclude that there was a haphazard spread of fear concerning the cloning of human beings rather than an ethical debate on the issue, and that there is a serious gap between bioethical reflections and the Brazilian media.
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Costa, S. I. F., & Diniz, D. (2000). Mídia, clonagem e bioética. Cadernos de Saúde Pública, 16(1), 155–162. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2000000100016
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