Neste ensaio defendemos que recursos corporificados apresentam propriedades que são características da gramática da língua, tais como a regularidade sistemática, a variação e a apreciação social. Apresentamos resultados de estudos recentes no português brasileiro que e evidenciam o funcionamento gramatical dos recursos corporificados: como as informações corporais em ações metacomunicativas instanciadas em conceptualizações culturais em uma conversa intercultural atuam na construção dos sentidos (NASCIMENTO, 2020), a sistematicidade e a variabilidade de gestos emblemáticos no português brasileiro (OLIVEIRA, 2020) e as pistas de processamento da variação linguística advindas de expressões faciais (FREITAG et al., 2020). Destacamos a necessidade de mudança nos procedimentos metodológicos tradicionalmente adotados na descrição linguística assumindo uma concepção de funções da língua mais próximas da proposta pioneira de Bühler (2011[1934]), que incorpora as expressões humanas no domínio da expressão linguística.
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Freitag, R. M. Ko., Cruz, R. C. F., & Nascimento, T. da C. (2021). A gramática no corpo. Cadernos de Linguística, 2(1), 01–28. https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n1.id354
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