O artigo buscar prestar uma homenagem pelos quarenta anos da publicação do livro Integralismo: o fascismo brasileiro na década de 30 (1974), de Hélgio Trindade, obra clássica para o estudo da Ação Integralista Brasileira (AIB), por meio de uma reflexão crítica sobre a recepção de sua tese central por parte dos pesquisadores do Integralismo. Argumenta-se, assim, que a hipótese de Trindade – de que a AIB seria um fascismo brasileiro – foi vulgarizada ao ponto de naturalizar-se, constituindo-se em algo dado. A partir daí, busca-se mostrar que uma das principais consequências da recepção passiva e acrítica da “tese fascista” não apenas impediu uma análise mais matizada, capaz de dar conta da complexidade do movimento integralista em seus múltiplos aspectos, como também o transformou em um estrangeiro em sua própria terra, descurando das profundas relações da AIB com o contexto intelectual brasileiro que forneceu os elementos imprescindíveis para a formulação das ideias integralistas e para a orientação de suas práticas e ações. Em última análise, o artigo pretende fornecer uma crítica ao modo como os estudos e pesquisas sobre o Integralismo têm se organizado a partir de uma visão cristalizada e naturalizada do mesmo.
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Ramos, A. P. (2014). O Integralismo, de Hélgio Trindade, quarenta anos depois: uma crítica à sua recepção. Antíteses, 7(14), 324. https://doi.org/10.5433/1984-3356.2014v7n14p324
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