O artigo objetiva apresentar a experiência de vida surda como acontecimento ético e estético. O ethos surdo se constitui pelas diferenças e é efeito das marcas de uma expressividade que se estende aos corpos. Os estudos numa perspectiva cultural da surdez, da qual somos parceiros, agenciam-na por seus marcadores linguísticos e culturais. Nossa mirada abrange as particularidades linguísticas, de uma língua de modalidade gesto-visual, mas amplia a perspectiva ao dar ênfase aos restos-acontecimentos que são efeitos das sensações surdas, das performances corporais, dos gestos e da expressividade do pensamento surdo que se produz nesse acontecimento único que funda a experiência do ser surdo. Para tais argumentações pautamo-nos da perspectiva ontológica, de uma ontologia da deficiência como espaço da falta, de uma plasticidade destrutiva, que constitui os corpos surdos e os fazem singulares pelo acidente. São de experiências únicas de corpos produzidos nesta expressividade enigmática e única que traçamos nossas problematizações de modo a afirmar a surdez em sua potencialidade afirmativa de um acontecimento singular que se materializa em corpos vivos, em línguas/corpos.
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Pagni, P. A., & Martins, V. R. de O. (2019). Corpo e expressividade como marcas constitutivas da diferença ou do ethos surdo. Revista Educação Especial, 32, 88. https://doi.org/10.5902/1984686x38222
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