O discurso da sustentabilidade está se tornando onipresente em reuniões de negócios de alto nível e cúpulas de líderes globais. Ainda assim, uma lacuna significativa persiste entre o discurso da sustentabilidade empresarial e a prática. Numa tentativa de avançar na compreensão sobre os Relatórios de Sustentabilidade Corporativa, propõe-se a utilização de uma visão teórica mais matizada, através das lentes da Hipocrisia Organizada e Fachadas Organizacionais. Dessa forma, pressupõe-se que as pressões sociais e institucionais exigem que as organizações se envolvam em Hipocrisia Organizada e desenvolvam Fachadas Organizacionais, limitando seriamente as perspectivas de divulgações reais dos relatórios de sustentabilidade. Para ilustrar este fato, este estudo teve como objetivo analisar a influência das pressões sociais e institucionais sobre o conteúdo das divulgações de sustentabilidade no que se refere à coerência entre o discurso e a ação da empresa Samarco. Os achados mostram que, o caso do rompimento da barragem do Fundão, evidencia a necessidade de agregar ao modelo de negócios das empresas aspectos reais relacionados à sustentabilidade e a gestão de riscos. Entender os impactos que a atividade econômica das organizações pode causar à sociedade, meio ambiente e economia deve ser prioridade na tomada de decisão, de modo que os riscos mapeados sejam totalmente inseridos e mitigados, a fim de prevenir externalidades negativas inerentes ao negócio.
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Machado de Souza, F., Douglas Colauto, R., & Panhoca, L. (2020). Hipocrisia organizada e fachada organizacional nos relatórios de sustentabilidade corporativa. Enfoque: Reflexão Contábil, 39(2), 117–131. https://doi.org/10.4025/enfoque.v39i2.44339
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