A mediunidade representa uma prática de cunho cultural presente em diferentes tradições. Este estudo teve por objetivo conhecer os processos desenvolvimentais de pessoas que atuam como médiuns em comunidades umbandistas. A amostra foi composta por cinco médiuns do sexo feminino e com idades entre 26 e 43 anos. Foram empregadas a técnica da história oral de vida e um roteiro de entrevista semiestruturado. A análise foi realizada a partir do modelo bioecológico do desenvolvimento humano. É possível dizer que a umbanda e a mediunidade atuam no macrossistema e no macrotempo, pois inserem as médiuns em uma história social e em um contexto cultural que passa a dar sentido às suas experiências. A umbanda e o trabalho mediúnico apareceram como ferramentas importantes no enfrentamento de momentos considerados críticos, como situações de adoecimento e de maior instabilidade emocional. Tornar-se médium representou uma transição ecológica significativa, de modo que a mediunidade foi um marco no desenvolvimento das participantes ao longo do ciclo vital, oferecendo repertórios simbólicos e culturais para a compreensão de suas histórias de vida.
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Scorsolini-Comin, F., & Campos, M. T. de A. (2018). Narrativas desenvolvimentais de médiuns da umbanda à luz do modelo bioecológico. Estudos e Pesquisas Em Psicologia, 17(1), 364–385. https://doi.org/10.12957/epp.2017.35213
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