O hermetismo da escrita de Walter Benjamin representa ao mesmo tempo um atrativo e um desafio para seus leitores. Justapondo afirmações apodíticas, ele mesmo dá um exemplo dessa ambivalência pela provocativa ideia de que nem a obra literária nem sua tradução estariam dirigidas ao seu leitor. Considerando o uso comunicativo da linguagem como um abuso, Benjamin não apenas defende a autonomia da obra, mas também reivindica a autonomia da tradução como “forma”. Não sendo um canal de comunicação para o original nem sua derivação, a tarefa da tradução consiste em despertar a “pura língua” no original. Assim, correspondências escondidas têm de substituir a comunicação linear.
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Otte, G. (2015). Hermetismo e provocação: sobre “A tarefa do tradutor”, de Walter Benjamin. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 25(2), 209–224. https://doi.org/10.17851/2317-2096.25.2.209-224
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