Apresenta-se uma base para reflexões e diálogos em torno da Mata Atlântica, aqui inquieta, não somente pelo seu atual estado de perturbação ecológica, mas também pela inquietude de seus integrantes, sua biodiversidade e sua população local nativa. Devido ao grande valor ecossistêmico da região, muitas alternativas de conservação da natureza têm sido implementadas desde a década de 1980, porém pouca efetividade tem sido observada na prática, o que gera inúmeros conflitos ambientais, deixando de promover formas de desenvolvimento alternativo, por um lado, e fortalecendo os modelos desenvolvimentistas dos setores produtivos público-privados. Conclui-se que a vocação da região para empreender modelos de desenvolvimento diferenciados, práticas inovadoras, experiências alternativas com respeito às singularidades ecológicas e culturais é drasticamente afetada e obstruída por uma orquestrada política intencional de abandono, com fins a transformar toda a região em polo industrial de empreendimentos de grande impacto ambiental.
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Tiepolo, L. M. (2015). A inquietude da mata atlântica: reflexões sobre a política do abandono em uma terra cobiçada. Guaju, 1(2), 96. https://doi.org/10.5380/guaju.v1i2.45057
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