Com este artigo, suscitamos algumas considerações a respeito dos estudos das práticas alimentares de remanescentes quilombolas como via de acesso à compreensão do processo de construção da identidade étnica dessas comunidades. Balizados pelos pressupostos da socionatropologia da alimentação, construímos uma análise da relação que quilombolas estabelecem com o alimento, com a comida e com alguns utensílios domésticos. Tomada como fato social, a alimentação nos conduz ao entendimento de dois aspectos sobre a construção identitária dos quilombolas: o primeiro diz respeito à forma como esses atores se percebem e se localizam socialmente e como, a partir de suas escolhas alimentares, se relacionam com sua história. O segundo aspecto está relacionado ao acionamento da identidade étnica que é realizado na medida em que, em um processo de alteridade, as decisões quanto ao que comer e com quem comer revelam como os quilombolas se aproximam e se afastam do outro, construindo sua subjetividade.
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Santos, A. (2012). O sabor da história: práticas alimentares e identidade quilombola. Revista Intratextos, 3(1). https://doi.org/10.12957/intratextos.2012.3134
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