Arborização urbana e sua relação com o uso do solo na cidade de Maringá, Estado do Paraná

Abstract

Resumo. Este trabalho destina-se ao levantamento da relação entre o uso do solo urbano e a vegetação existente nos passeios públicos e canteiros centrais do eixo viário único compreendido pelas avenidas Morangueira, São Paulo, Anchieta e Gurucaia, na cidade de Maringá, Estado do Paraná, Brasil. Para a realização desta pesquisa efetuou-se, com o auxílio de registros fotográficos, o levantamento e cadastramento da arborização e dos tipos de comércio existentes por quilômetro acumulado, sendo este cadastramento auxiliado pelo referencial teórico e pela legislação municipal pertinente à área em questão, possibilitando a compreensão da relação disposta, além da discussão sobre o zoneamento urbano e suas implicações na arborização urbana. Palavras-chave: arborização urbana, uso do solo urbano, zoneamento urbano, Maringá. Abstract. Urban vegetation and the relationship with the urban area uses in Maringá city, State of Paraná. This paper aims to survey the relationship between the urban area use and the vegetation that exists on the pavement and central reservation of Morangueira, São Paulo, Anchieta and Gurucaia avenues, in Maringá, state of Paraná, Brazil. For the accomplishment of this research, a survey has been carried out in the field with photographic register and notes about the kind of trees and shops that exist in each kilometre. This research has also been conducted with the help of theory and specific municipal law. Finally, after the relationship was established, it was possible to discuss about zoning and its implication for urban vegetation. Introdução Apesar de alguns autores acharem impróprio e um tanto quanto agressivo caracterizar o empreendimento da Companhia de Terras Norte do Paraná-CTNP-como um projeto imobiliário, emprestando-lhe denominações eufêmicas, como "projeto de ocupação territorial", era exatamente este o propósito da CTNP e de sua sucessora, a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná-CMNP-, conforme transparece em Padis (1981: 91): "uma vez organizada a imobiliária [grifo nosso], começou o trabalho de compra das novas áreas que seriam colonizadas". Dentro desse caráter capitalista, a terra torna-se mercadoria e seu lucro é derivado da venda de lotes rurais e urbanos. Então, torna-se clara a intenção da CMNP em fazer dessa área um grande negócio imobiliário e deixar sua marca registrada na história desta região. Sobre isto, Boeira (2000: 83) escreve: Parece bastante claro que o projeto de Maringá tem um forte caráter simbólico que extrapola sua função utilitária. Com ele estava sendo anunciada uma nova fase para os negócios, estava sendo explicitado o poder dos novos acionistas bem como o alcance pretendido para o seu empreendimento. O negócio mudava de dono e era preciso afirmar capacidade e competência. Era importante criar grandes atrativos de valorização imobiliária que motivassem e até justificassem a migração das pessoas de regiões que já possuíam dinamismo próprio, como o Estado de São Paulo, para uma região onde tudo era começo. Não é objetivo deste trabalho discorrer sobre tais atrativos, no entanto, um deles é determinante para o tema em questão: a massa arbórea urbana. Em um quarto de século, toda a vegetação nativa de uma região coberta pela mata pluvial tropical e subtropical foi dizimada, dando lugar a uma rede urbana e a grandes extensões de plantio de café.