Trata-se das percepções que mulheres acompanhadas em Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) têm sobre si, sobre o outro e sobre a sociedade diante do adoecimento mental; analisam-se influências que este serviço exerce sobre suas identidades. Estudo qualitativo, descritivo; utilizou-se história de vida tópica. Coleta de dados com entrevista, observação direta, diário de campo. Análise temática interpretada pelo referencial de Goffman. Resultados revelam que as mulheres apresentam percepções diferentes da identidade antes e após o adoecimento mental; que percebem a família distante com dificuldades em lidar com o adoecimento; que observam profissionais acolhedores e um CAPS que contribui para a reconstrução e expressão de identidades e que promove autoconhecimento, orientação e apoio emocional. Entretanto, percebem que o serviço carece de refinamento das ações para garantia de direitos e investimento em novas estratégias de ajuda capazes de defender identidades possíveis, flexíveis e adaptáveis.The perceptions that women followed up at psychosocial care centers have about themselves, other people and society, in view of their mental illness, were addressed. The influence that this service had on their identities was examined. This was a qualitative, descriptive study using topical life histories. Data were gathered through interviews, direct observation and a field diary. Thematic analysis was interpreted using Goffman’s framework. The results revealed that these women’s perceptions of identity differed from before to after their mental illness. They perceived that their families were distant from them, with difficulty in dealing with the illness; that professionals were welcoming; and that psychosocial centers contributed towards reconstruction and expression of identities, thereby promoting self-knowledge, guidance and emotional support. However, they saw that the service lacked refinement of actions for ensuring rights and investment in new aid strategies with the capacity to defend possible identities that are flexible and adaptable.Se trata de las percepciones que mujeres acompañadas en el Centro de Atención Psicosocial (CAPS) tienen sobre sí mismas, sobre los demás y sobre la sociedad ante la enfermedad mental; se analizan influencias que este servicio ejerce sobre sus identidades. Estudio cualitativo, descriptivo; se utilizó historia de vida tópica. Colecta de datos con entrevista, observación directa, diario de campo. Análisis temático interpretado por el referencial de Goffman. Los resultados revelan que las mujeres presentan percepciones diferentes de la identidad antes y después de la enfermedad mental; que perciben a la familia distante con dificultades de enfrentar su enfermedad; que observan profesionales acogedores y un CAPS que contribuye a la reconstrucción y expresión de identidades y que promueve el auto-conocimiento, orientación y apoyo emocional. No obstante, perciben que el servicio carece de perfeccionamiento de las acciones para garantía de derechos, inversión en nuevas estrategias de ayuda capaces de defender identidades posibles, flexibles y adaptables.
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Nascimento, Y. C. M. L., Brêda, M. Z., & Albuquerque, M. C. dos S. de. (2015). O adoecimento mental: percepções sobre a identidade da pessoa que sofre. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 19(54), 479–490. https://doi.org/10.1590/1807-57622014.0194
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