Resumo: Introdução: O conceito de estilo de aprendizagem deriva de teorias que consideram que as pessoas aprendem de maneiras diversas e que esse processo é melhor quando as estratégias de ensino e aprendizagem adotadas no ambiente escolar são mais compatíveis com algumas das suas características. Objetivo: Este estudo teve como objetivos determinar, em estudantes ingressantes na mesma instituição de ensino superior, em vários cursos de graduação na área da saúde, a frequência dos diferentes estilos de aprendizagem, categorizados segundo as quatro dimensões do referencial de Felder e Soloman (FS), e detectar eventuais diferenças associadas ao tipo de curso e ao gênero. Método: A população de estudo (N = 283; 190 mulheres) foi composta por ingressantes dos cursos de Medicina, Ciências Biomédicas, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Metabolismo e Terapia Ocupacional, com 68,2% deles com idade entre 18 e 20 anos. Os estudantes responderam a um questionário de caracterização sociodemográfica e ao Inventário de Estilos de Aprendizagem (ILS) de FS, que permitiu determinar as frequências dos vários estilos de aprendizagem e as suas relações com o tipo de curso de graduação e o gênero. Resultado: No conjunto de estudantes, houve predomínio dos estilos de aprendizagem “sensorial”, “visual”, “reflexivo” e “sequencial” nas dimensões “percepção”, “entrada”, “processamento” e “compreensão” da informação, respectivamente. Não houve, em nenhuma das dimensões, diferença estatisticamente significativa quanto aos estilos de aprendizagem que pudesse ser associada ao tipo de curso e ao gênero, embora as mulheres tenham apresentado significativo predomínio do estilo “reflexivo” na dimensão do “processamento”. Conclusão: Não foi possível estabelecer diferenças significativas entre os vários cursos de graduação das profissões da saúde, nem entre homens e mulheres, quanto aos estilos de aprendizagem predominantes nos estudantes, embora as mulheres tenham apresentado frequência significativamente maior do estilo reflexivo. Esses achados devem ser levados em consideração no planejamento das atividades de aprendizagem e, principalmente, no apoio pedagógico, dando oportunidade aos estudantes de conhecer os seus estilos de aprendizagem e ajudando-os a se adaptar melhor às estratégias empregadas em cada instituição.Abstract: Introduction: The concept of “learning styles” derives from theories postulating that students learn by following diverse pathways and that learning is more effective when the adopted teaching strategies more closely match specific student characteristics and learning preferences. Objectives: To determine, in first-year students attending different undergraduate courses in the health area at the same higher education institution, the frequency of different learning styles, categorized according to the four dimensions of Felder & Soloman (FS) model, and to detect any differences associated with the type of course and gender. Method: The study population (N=283; 190 women) consisted of first-year students attending the Medicine, Biomedical Sciences, Physical Therapy, Speech-Language Pathology, Nutrition and Metabolism, and Occupational Therapy courses, with 68.2% of them aged between 18 and 20 years. The students answered a sociodemographic characterization questionnaire and the FS Index of Learning Styles (ILS) questionnaire, which allowed determining the frequencies of the different learning styles and their associations with the type of undergraduate course and gender. Results: the student group showed a predominance of “Sensory”, “Visual”, “Reflective” and “Sequential”, learning styles, in the “Perception”, “Input”, “Processing” and “Understanding” dimensions of learning, respectively. There was no statistically significant difference in terms of learning styles, in any of the dimensions, that could be associated with the type of course and gender, although women showed a significant predominance of the “Reflective” style in the “Processing” dimension. Conclusion: It was not possible to establish significant differences between the different undergraduate courses in the health area, or between men and women, regarding the students’ predominant learning styles, although women showed a significantly higher frequency of the Reflective style. These findings must be considered when planning learning activities and, mainly, in pedagogical support, giving students the opportunity to learn about their learning styles and helping them to better adapt to the strategies employed in each institution.
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Cognuck, S. Q., Flauzino, R. H., Elias, L. L. K., & Troncon, L. E. de A. (2023). Estilos de aprendizagem de estudantes de graduação de diferentes profissões da saúde de uma instituição. Revista Brasileira de Educação Médica, 47(1). https://doi.org/10.1590/1981-5271v47.1-20220185
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