Neste artigo discute-se a transfiguração da aparência nos autorretratos da série “Entre Rostos”, em um diálogo com as obras da artista Cindy Sherman, como problemática de pesquisa. O objetivo é analisar, nessa transfiguração, como o referente, ou seja, o rosto, se comporta na modificação das aparências. A abordagem metodológica do processo criativo está embasada nas três dimensões de Rey (2002), sendo a abstrata, a prática e a da obra em processo. A partir da série resultante de autorretratos faz-se uma análise estabelecendo relações com as obras de Sherman. Os resultados mostram que a transfiguração da aparência e o disforme ocultam o "referente do artista" (seu rosto), produzindo uma beleza de outra ordem pela qual se manifesta o "referente de artista" (modo específico do artista transfigurar seu rosto no autorretrato). Conclusivamente, percebe-se que o primeiro referente se camufla com uma segunda identidade, que é sua tanto quanto a primeira, e que só é revelada quando essa se empenha na sua transfiguração.
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Schraiber, R. T., & Minuzzi, R. de F. B. (2023). “Entre rostos”: a transfiguração da aparência no autorretrato em diálogo com Cindy Sherman. Palíndromo, 15(36), 1–22. https://doi.org/10.5965/2175234615362023e0012
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