A evolução dos estudos de gênero no mundo do trabalho vem apontando o aumento significativo da inserção das mulheres no mercado, mas de forma desigual quanto a profissões, cargos, salários e condições de trabalho. Desigualdade que se manifesta com maior intensidade para as mulheres negras. Os dados também evidenciam que, com a desregulamentação do mundo do trabalho, as mulheres foram empurradas para o trabalho informal, precarizado, compondo a maioria dos trabalhadores informalizados. Outro dado a se destacar é que a evolução da presença das mulheres no mercado de trabalho ocorreu mantendo sua sobrecarga doméstica e maior responsabilidade com o cuidado com as pessoas. Essa sobrecarga se agravou com a aplicação do receituário neoliberal de redução dos investimentos do Estado em políticas públicas, que gerou impacto negativo na participação laboral e na representação pública das mulheres, produzindo consequências negativas para sua saúde e qualidade de vida. Nesse quadro de desigualdade, as mulheres persistem em combater a sobrecarga de tarefas domésticas e de cuidados, exigindo políticas públicas, e afirmam a importância de sua inserção no mundo do trabalho como fator de evolução social, autonomia e cidadania.
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ROCHA, A. (2020). A evolução das perspectivas de gênero no mundo do trabalho. Princípios, 1(159), 151–179. https://doi.org/10.4322/principios.2675-6609.2020.159.007
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